difícil é exprimir
aquilo que sinto
mas faço um esforço
é importante
dizer o essencial
sagrado
movimento arrasta para fora
o dentro
símbolo que sou
cintila
frente a frente só
espelho e eu
o grupo em dança única
eu petrificada no tempo
prisioneira
de gestos mecânicos
um sussurro vazio
é energia morta
não sou livre não
isto é só uma imagem à superfície
que abraça o cristal
em torno ao ser
não!
essa aí
de âmago imóvel
não sou eu
agora vejo
claramente e sem véus
não me envergonho
de partilhar o sofrimento
é uma constatação vinda do ser
puzzle
com tantas peças espalhadas
desordenadas
inconsciente eu
vi-me incapaz de coordenar aptidões
possibilidades
voando ao sabor do vento
este meu corpo descoordenado
cada membro uma voz
a puxar pelo seu fio
tantas possibilidades
a dançar sem direção!
as partes guiadas por vontade egóica
só mortal
longe do movimento único
que tudo envolve
e eleva até tocar
o sabor do grande Todo
tanto me foi dado
para ser inteira
quero construir a estrada
por onde passa o Dom
partilhar o ritmo em baile
ser um movimento completo
vivo pelo Mundo
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