olhos fechados
em escuro silêncio
tudo nada é
Mil Ideias em Movimento
Tuesday, February 27, 2024
mar fixo em horizonte
mar coberto de passado
com brisa de pedra
no olhar
intempérie sol
milénios mil
o tempo a escorrer
calcário
entre reentrâncias que tocam
a pele azul
e as pedras altas erguidas
apontam a permanência
indicando uma força
potência
significado em fuga sempre
desafia os anos
são seres que falam
entoam cantos
de outras eras
invocam mundos gentes
mistérios
agora
escavam-se explicações
no silêncio
escritas de símbolos
significado diluído
em memória
só nome
arrastado pelo mar
seguiu segue
sem deixar rasto
nós
seres de hoje
modernos e ignorantes
fixamos as pedras
sem saber ler
afastamo-nos por momentos
do efémero
olhamos
o significado
tentamos perscrutar
outros horizontes
pedras
o que continuam a mostrar?
inútil ainda a riqueza
vemos só
palavras trôpegas
mas menir
esse centro de estabilidade
imóvel
nu do supérfluo
apoiado no fundo
fiel ao ritmo do universo
segue as leis sagradas
de quem o chamou
nessa neblina incerta
de eras afundadas
e nomes que se esfumaram
menir é mestre
do movimento mínimo
passagem de tempo a outra dimensão
para te conhecer é preciso ser
pedra
entrar na pedra
sorver indecifráveis éones
tu
afinal subtil
parecendo denso de matéria
transbordas estórias
embebidas em cântico
Voz
um oceano que vibra
em inúmeras memórias
seladas
à mente concreta
de seres contemporâneos
olhos
cegos de pedra
monumentos fixos
não veem
não sentem
o significado transparente
aberto
analfabetos
do essencial
seguimos
ruminando saber
mas o coração morreu
seco de sangue
no ver
ver
pedras vivas
com rio dentro
a desafiar a mente
do moderno fechado
nesse mundo cinzento
vós
pedras vivas sim
com sangue dentro
seiva estória
olhais o profundo
em permanente fala
voz de oceano
retumbando como ondas
tilintam as conchas à beira-mar
assim, tu és
pedra milenar
voz a indicar a distância
mistério
e também o agora
mar fixo em horizonte…
Tuesday, February 20, 2024
Inesperadas pré-estórias de Vila do Bispo...
Encontravam-se isolados ou em grupos, em alinhamentos ou em modo de cromeleque. Alguns apresentam ainda decorações em relevo ou gravados com linhas serpentiformes, entre outros. Junto desses monumentos megalíticos foram descobertos também artefactos, tais como lâminas de machado, mós manuais (etc.) que, segundo algumas interpretações, invocam atividades como a agricultura e a farinação de cereais.
Estive a pesquisar na internet e encontrei um blog dedicado a esta temática (https://vila-do-bispo-arqueologica.blogspot.com) com muitas informações arqueológicas sobre esta zona, bem como descrições do que foi encontrado e de locais já individuados para futuras escavações.
Após visualizar um video constante no blog acima referido, fiquei a saber que há vestígios muito antigos nesta zona, nomeadamente em Vale de Boi (Budens) com 34 000 anos. Aí também foi encontrada uma placa de xisto com 24 000 anos. Destaque para o Concheiro de Castelejo de 9 500 anos e a estação do neolítico da Cabranosa (também um local de observação de aves) com 6 500 anos.
Eu consegui visitar o menir do Padrão que tem 6 500 anos, é de fácil acesso, pois fica perto da estrada que vai até à praia da Ingrina. Ainda tentei encontrar a Pedra Escorregadia (de 4 700 anos), também uma antiga necrópole mas decidi deixar para outra altura.
Estes e muitos outros locais podem ser visitados com a ajuda da aplicação criada para o efeito BispoGo-Museu da Paisagem que guia o visitante até ao local exato. Propõe também diferentes rotas temáticas e muitos pontos de interesse à escolha.
Melhor ainda é começar por visitar o Museu Municipal de Vila do Bispo- O Celeiro da História, recentemente inaugurado e deixar-se surpreender pela antiguidade e beleza dos objetos expostos, acompanhados de apontamentos muito esclarecedores que nos transportam através das diferentes épocas. De apresentação moderna e cuidada, convida a visitar os locais mencionados e a sentir a energia envolvente.
Pois, muito se tenta explicar, mas pouco se sabe… o tempo foi apagando os indícios concretos e para nós, seres de agora, é muito difícil “imaginar” como era a vida desses nossos antepassados. Os motivos que os levaram a construir esses monumentos fica para além do nosso entendimento… Por mais que se queira…
Wednesday, January 31, 2024
Monday, January 22, 2024
movimento completo
difícil é exprimir
aquilo que sinto
mas faço um esforço
é importante
dizer o essencial
sagrado
movimento arrasta para fora
o dentro
símbolo que sou
cintila
frente a frente só
espelho e eu
o grupo em dança única
eu petrificada no tempo
prisioneira
de gestos mecânicos
um sussurro vazio
é energia morta
não sou livre não
isto é só uma imagem à superfície
que abraça o cristal
em torno ao ser
não!
essa aí
de âmago imóvel
não sou eu
agora vejo
claramente e sem véus
não me envergonho
de partilhar o sofrimento
é uma constatação vinda do ser
puzzle
com tantas peças espalhadas
desordenadas
inconsciente eu
vi-me incapaz de coordenar aptidões
possibilidades
voando ao sabor do vento
este meu corpo descoordenado
cada membro uma voz
a puxar pelo seu fio
tantas possibilidades
a dançar sem direção!
as partes guiadas por vontade egóica
só mortal
longe do movimento único
que tudo envolve
e eleva até tocar
o sabor do grande Todo
tanto me foi dado
para ser inteira
quero construir a estrada
por onde passa o Dom
partilhar o ritmo em baile
ser um movimento completo
vivo pelo Mundo
olhos fechados em escuro silêncio tudo nada é
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difícil é exprimir aquilo que sinto mas faço um esforço é importante dizer o essencial sagrado movimento arrasta pa...
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